Nos últimos anos estamos assistindo no Brasil a um enorme movimento nas bancas de escritórios de advocacia à procura de profissionais de Compliance. Muito disso se dá devido aos desdobramentos da Operação Lava-Jato e cumprimento de exigências legais relacionadas a políticas de Compliance.
Esse movimento acabou por inserir nos processos de mitigação de risco, ferramentas de prevenção, uma delas o Background Check.
Parece então que o Background Check é coisa nova, mas não é.
Começei a trabalhar com pesquisas de Background Check em 2001, quando, com o advento do fatídico 11 de setembro, a empresa em que eu trabalhava me deu a seguinte tarefa: Vamos conhecer melhor nossos fornecedores.
Naquela época, muitos diziam que bastava solicitar a cópia do balanço, e checar a situação em banco dados de restrições financeiras.
Passados alguns anos, muita coisa mudou, a internet veio para colaborar com as pesquisas, e hoje não é mais necessário explicar, “o que é” o Background Check, mas é importante continuar avançando, ir além, dar mais um passo em direção à prevenção.
E, no que se refere a ferramenta de Background Check, tenho percebido que há uma importante questão que merece nossa atenção: qual é o ingrediente fundamental para se obter uma boa pesquisa de Background Check?
Minha resposta ? a paixão pela pesquisa !
O Background Check não é algo que vem pronto, não é uma simples obtenção de certidões ou varredura de dados, ele é pensado, é o resultado de um trabalho que tem como base a coleta de dados, a análise aprofundada, e como resultado, a informação.
Essa coleta de dados precisa ser feita não só por meio de robôs, mas, sobretudo por profissionais com vocação para a pesquisa. Falar em Background Check e não valorizar a leitura é um equívoco.
Claro que há a questão do tempo, por mais que os negócios exijam cada vez mais rapidez, não há como assegurar que você terá um Background Check em 20 minutos ou em um clique.
O Background Check é um trabalho do pensamento e não vamos nos iludir, pesquisar é um labor moroso, requer paciência, conhecimento técnico e paixão.
Requer um verdadeiro “trabalhar”, um debruçar-se, um “estar” inteiro, um estar que permita abrir os olhos, a mente e a percepção para, primeiro definir os objetivos da pesquisa, para depois saber onde procurar e após percorrer esses dois pontos, aí sim podermos chegar a um bom e verdadeiro Background Check.
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Claudia de Jesus é advogada, sócia da Background Brasil Pesquisas e Projetos. Possui 15 anos de atuação na área de Background Check, trabalhou no jurídico da General Electric e coordenou estudo de ferramenta de Compliance em terceiros para a Comissão Anticorrupção e Compliance da OAB/Pinheiros.