Nos últimos tempos estamos assistindo no Brasil um enorme movimento nas bancas de escritórios de advocacia à procura de profissionais de Compliance. Muito disso se dá devido ao interesse, por parte dos estrangeiros e até mesmo nacionais, em aquisições de empresas e ativos nacionais, bem como investimentos em infraestrutura e outros. Esse movimento acabou por inserir nos processos de mitigação de risco, ferramentas de prevenção nos negócios, uma delas o background check.
No Brasil, a partir de 2001, com o advento do 11 de setembro, quando então esse movimento era novo no mercado, eram necessárias reuniões e apresentações para explicar e detalhar o que era o background check. Naquela época, muitos diziam que bastava uma boa análise no balanço e pronto ! No entanto, o tempo demonstrou não ser esta suficiente para a melhor solução de verificação da saúde de uma empresa.
Passados alguns anos, podemos dizer que este é um caminho sem volta, o Compliance está aí e talvez hoje não seja mais necessário explicar, “o que é”, mas é importante continuar avançando, ir além, dar mais um passo em direção à prevenção do risco.
E, no que se refere a ferramenta de background check, tenho percebido que há uma importante questão que merece nossa atenção: qual é o ingrediente fundamental para se obter uma boa pesquisa de background check?
Minha resposta ? a paixão pela pesquisa !
O background check não é algo que vem pronto, não é uma simples obtenção de certidões ou informações, ele é pensado, é o resultado de um trabalho que tem como base a coleta de informações e a análise aprofundada desses dados. Essa coleta precisa ser feita não só por intermédio de fontes não sigilosas e confiáveis, mas, sobretudo por profissionais com vocação para a pesquisa, e por mais que os negócios exijam cada vez mais rapidez, não há como desconsiderar essa característica, primordial para um melhor aproveitamento do background check – é um trabalho de pesquisa.
O background check é um trabalho do pensamento e não vamos nos iludir, pesquisar é um labor moroso, requer paciência – e aqui faz-se necessário um parêntese para chamar a atenção daqueles que, na contramão do processo de pesquisa, exigem de nós pesquisadores, prazos em horas.
Requer investir tempo, um verdadeiro “trabalhar”, um debruçar-se, um “estar” inteiro, um estar que permite abrir os olhos, a mente e a percepção para, primeiro definir os objetivos da pesquisa, para depois saber onde procurar e após percorrer esses dois pontos, aí sim podermos chegar ao desvendamento da informação.